sábado, 7 de agosto de 2010

É pra você meu PAI!

Pai! Hoje eu senti o quanto é pesado saber que uma pessoa tão amada por mim estaria em um quarto de enfermaria, pós-cirurgia, sozinho entre a neblina da noite, com tantas coisas passando pela cabeça e ainda numa véspera de dia dos pais...
Te ver trocado, entrando pela porta do centro cirúrgico me partiu o coração e me fez ver que a vida de quem tanto amamos nós entregamos nas mãos de pessoas que nem ao menos conhecemos... Algo tão frágil e valioso simplesmente na mão de um desconhecido! Chorei, chorei feito uma criança, igual quando tive o primeiro e espero que o último pesadelo, que foi contigo... E mesmo não podendo, e tendo que manter a postura para não passar uma má impressão da situação quando fosse te visitar no quarto... Assim minha mãe me orientara, pois ela estava mais forte que eu.
Demoradas duas horas se passaram... Mais pareciam com um século completo, a preocupação estava me corroendo, me segurava para não chorar no meio de todo mundo, mas era inevitável... Várias lágrimas escorreram... Os olhos transbordavam e não tinha jeito de segurar, afinal era o meu pai, o meu herói, o meu amigo, o meu tudo que estava lá dentro e eu aqui do outro lado sem saber o que se passava, se ia bem ou se não ia...
Finalmente subira para o quarto... Minha mãe foi sua primeira visita... Eu sai... Fui para a calçada, não me aguentei, chorei! Até dar dor de cabeça! E o mínimo que pensava sobre, me fazia lacrimejar, meu coração apertava... Sou muito fraco quando se trata do meu pai e da minha mãe, ainda não aprendi ver o mundo de outro jeito, o mundo sem eles por perto, me auxiliando... Me dando base em tudo, me inspirando e me amando para viver!
Finalmente chegara minha hora de visitá-lo, lá fui eu... O sorriso foi de orelha a orelha e a vontade de chorar apertou novamente, mas não chorei...
Entrei no quarto e te vi pai, tão fraco e dependente de mim naquele momento, da mesma forma que fui contigo quando criança... Te ajudei a sentar na cama, preparei seu lanche... O ajudei a comer... Gestos simples que hoje fiz, nunca os fizera antes... Foi tão mágico... Perceber o seu anseio por algo e eu tendo que providenciar! Os papéis se inverteram! Por alguns minutos... E eu vi como é uma criança dependente de um pai pedindo algo. Eu senti o que você sentiu meu pai, quando eu pedi aquele simples refrigerante, ainda quando criança, e cheguei em casa e ele estava lá, em cima da mesa junto com a comida já pronta, no prato... E senti o mesmo quando eu pedi aquele carrinho e você não pode me dar... Eu senti como é não ter o poder de fazer quem você ama feliz!

Hoje, aprendi muita coisa! Apesar de algo aparentemente simples ter acontecido.

É pra você meu pai, que dedico essas palavras meio bagunçadas, porém a sinceridade contida nelas pode ter certeza que é algo certo! Da mesma forma que chorei enquanto o esperava da sala de cirurgia, eu chorei escrevendo este texto... E pensando a toda hora como estaria a solidão de um quarto de hospital.

Eu te amo, meu pai!
Eu te amo, minha mãe!

Pedirei eternamente para Deus protegê-los!

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